O Brasil produziu mais um cadáver por ódio político. Coincidentemente, a briga que levou ao crime começou algumas horas após o presidente da República defender, em comício na praia de Copacabana, que era necessário “extirpar da vida pública” adversários políticos da esquerda.

A Polícia Civil do Mato Grosso informou que Benedito dos Santos, eleitor de Lula, foi morto a golpes de faca e machado por Rafael de Oliveira, apoiador de Bolsonaro, após uma discussão política entre ambos na zona rural de Confresa, no Nordeste do Estado, descambar para a briga na noite de 7 de setembro.

bolsonarismo é vida, não morte, e ele não tem a ver com o ocorrido.

A sobreposição dos discursos de lideranças políticas, religiosas e sociais ao longo do tempo, fomentando ódio contra políticos, magistrados, jornalistas, entre outros, distorce a visão de mundo de seus seguidores e torna a agressão “necessária” para tirar o país do caos e extirpar o “mal”, alimentando a violência.

Da mesma forma, a sobreposição de discursos afirmando que o crime não tem relação política acaba por normalizar a violência política, que passa a ser encarada como briga de bêbado na esquina.

Depois, neste Sete de Setembro, falando a seus seguidores no comício da praia de Copacabana, ele voltou à tônica:

“Compare o Brasil, os países da América do Sul, compare com a Venezuela, compare com o que está acontecendo na Argentina e compare com a Nicarágua. De comum esses países têm nomes que são amigos entre si. Todos esses chefes dessas nações são amigos do quadrilheiro de nove dedos que disputa a eleição. Não é apenas voltar à cena do crime. Esse tipo de gente tem que ser extirpado na vida pública.”

Com isso, ajuda a semear ainda mais sangue em uma eleição que será marcada por tumultos.

Não admira que o governo diga que não haverá violência política. Para ele, tudo isso é apenas “liberdade de expressão”.

Fonte: UOL