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China expande exercícios em áreas ao norte de Taiwan, e ilha critica desinformação

Os exercícios militares promovidos pela China no entorno de Taiwan, realizados em resposta à visita da deputada americana Nancy Pelosi à ilha, entraram no quarto dia neste domingo (7) —data marcada para que fossem encerrados, segundo havia anunciado Pequim.

O Ministério da Defesa da ilha disse que ao menos 14 navios de guerra e 66 aeronaves chinesas conduziram atividades no estreito de Taiwan, no que a pasta descreve como mais uma simulação de ataque à região.

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As manobras estavam programadas para acabar às 12h deste domingo (1h em Brasília), e o Ministério dos Transportes de Taiwan afirmou que voos começam a ser retomados em seu espaço aéreo, mas ainda sendo direcionados para áreas distantes dos locais previstos para exercícios.

Embora a frequência dos movimentos chineses pareça ter diminuído, não há confirmação de nenhuma das partes de que eles tenham sido efetivamente concluídos.

Enquanto isso, Pequim expandiu a área de atuação de suas manobras militares, anunciando no sábado (6) que as promoverá em quatro regiões do mar Amarelo até 15 de agosto e em quatro áreas do mar de Bohai durante um mês. As regiões ficam ao norte de Taiwan.

Segundo relato da agência de notícias Reuters, um comentarista da televisão estatal chinesa afirmou que os exercícios promovidos por Pequim se tornariam regulares no entorno de Taipé, acrescentando que “a tarefa histórica de reunificação da China pode ser realizada”.

Neste domingo, Su Tseng-chang, premiê de Taiwan, classificou de arrogantes as ações da China. Falando a jornalistas em Taipé, ele criticou o que chama de “inimigos estrangeiros que tentam minar o moral do povo taiwanês por meio de ataques e campanhas de desinformação”.

O premiê se referia a afirmações da mídia estatal chinesa alegando que navios de guerra do país haviam navegado em águas territoriais de Taiwan, perto do condado de Hualien. Em comunicado divulgado neste domingo, o Ministério da Defesa da ilha negou a informação.

Em vídeo compartilhado nas redes sociais, a pasta fez uma homenagem ao Dia dos Pais e disse que a situação neste ano torna a data especial. “Nossos membros estão ocupados com seu trabalho em vez de estarem com suas famílias; para proteger a vida das pessoas, ficamos de guarda enquanto houver ameaças”, dizia a legenda.

Os exercícios chineses no entorno da ilha foram iniciados na quinta (4) após a visita de Pelosi, presidente da Câmara dos EUA, ao local. A democrata se tornou a mais alta autoridade americana a visitar a ilha em 25 anos, episódio que abriu a mais aguda crise entre as duas potências desde a Terceira Crise do Estreito de Taiwan, em 1995.

Taiwan na prática é independente e, diferentemente da China continental, tem eleições democráticas. Pequim, no entanto, considera a ilha uma província rebelde desde que nacionalistas derrotados na Guerra Civil, em 1949, emigraram para o local e ali forjaram um novo sistema.

Em visita a Bangladesh, o chanceler chinês, Wang Yi, afirmou que as ações de seu país são legítimas, estão de acordo com a lei e visam a proteger sua soberania. “Taiwan não faz parte dos EUA, mas sim da China”, disse.

A administração de Xi Jinping voltou a posicionar a reunificação da região como política central para o país, alegando que a tarefa seria essencial para o rejuvenescimento da nação. Apenas 14 países mantêm relações diplomáticas formais com a ilha —um asfixiamento diplomático está em vigor por meio do princípio de “uma só China”.

Os EUA, no entanto, ainda que tenham laços formais com Pequim, mantêm colaboração econômica e militar com Taipé.

Fonte: Bahia Notícias

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