O jovem Alex Vila Nova, de 24 anos, está desaparecido há pouco mais de um mês, na cidade de Mucuri, no sul da Bahia. Segundo a família, a última vez que ele teria sido visto foi durante uma abordagem policial.

Conforme detalhou a família de Alex, a abordagem aconteceu por volta das 17h40, no dia 8 de setembro. O jovem voltava do trabalho de bicicleta quando foi parado por policiais militares perto da casa onde morava, no bairro Arueira.


“Ele foi revistado, segundo pessoas que viram, ele se recusou desbloquear o telefone e eles [PMs] o algemaram, colocaram dentro da viatura e entraram na casa dele. Desde então ninguém mais o viu”, disse Anselmo Santos, pai de Alex.

A madrasta do jovem, Adriana Silva Santos, disse que Anselmo procurou pelo filho e ainda obteve resposta de uma equipe de polícia.

“Nessa busca pelo Alex durante a noite, o meu esposo encontrou com o Peto [Pelotão de Emprego Tático Operacional], encontrou com a viatura no trevo e a resposta que ele teve foi de que Alex era ligeiro e havia fugido algemado. Onde está o celular do Alex? O Alex fugiu algemado com o celular? Por que eles não apresentaram o celular do Alex na delegacia?”, questionou.

A família do jovem conta que logo que soube da abordagem foi em busca de informações, mas Alex não tinha sido levado para a delegacia. No dia seguinte, os PMs registram um Boletim de Ocorrência (BO) com drogas que teriam sido encontradas com o jovem.

“O Alex não tinha passagem pela polícia. Alex era tão pacato que dificilmente ele saía para outra cidade”, disse Anselmo, o pai do jovem.

O advogado da família, Luiz Carlos de Assis, contou que entrou com uma ação no Ministério Público da Bahia (MP-BA) e outra no Fórum de Mucuri.

“Fizemos uma petição já protocolada no Fórum junto ao Ministério Público porque a família está muito desinformada, se sentindo desamparada, desassistida. Precisa de uma atenção, especialmente o pai, o filho e a esposa”, explicou o advogado.

A falta de respostas tem aumentado a angústia de parentes e amigos.

“A família sente muita falta, a filha principalmente. Os amigos sentem falta”, relatou o pai de Alex.

O inquérito que investiga o caso está em andamento na Delegacia de Mucuri. Depoimentos de parentes e testemunhas foram colhidos. Os policiais do Pelotão de Emprego Tático Operacional ainda serão ouvidos.

“Se ele tivesse fugido, o que teria acontecido? Com certeza ele se comunicaria com a família, aonde ele estivesse ele se comunicaria com a família para não deixar o pai preocupado, nem a mãe, a madrasta, nem os amigos”, afirmou a amiga de Alex, Estela Aparecida Rodrigues.

O comandante da Polícia Militar em Mucuri, major Eduardo Galvão, afirmou que a denúncia também está sendo investigada pela corporação, por meio de processos administrativo e criminal.

“Temos um inquérito policial que está sendo conduzido pelo subcomandante da companhia, Capitão Emerson, que já foi orientado a manter contato com o Ministério Público para que ele faça diligências em conjunto e pegue orientações para que o processo seja todo imparcial”, disse o major.

O comandante da Polícia Militar em Mucuri também disse que a corporação não concorda com qualquer tipo de ação delituosa e caso seja comprovado culpa dos policiais envolvidos na abordagem eles serão responsabilizados.

Fonte: g1

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