Nestes três anos de mandato, a grande realização do prefeito Dudy foi destruir a macacada e a grande realização do ex-prefeito Marcelo Brandão, na gestão passada, foi detonar a jacuzada. Embaralhou tudo.

O dono do baralho é o prefeito, mas quem dá as cartas é o ex-prefeito Dió. Simples assim! O prefeito Dudy, sacando do bolso do paletó, lança a pré-candidatura do seu genro para a sua sucessão. O ex-prefeito Dió aceita, acata e bate o martelo: “esse é o candidato que eu defendo!”


O líder Antônio Colonnezi, sem ser ouvido, nem escutado, escorregou para o lado do ex-deputado Jurandy Oliveira, em apoio à esposa deste como pré-candidata à prefeitura de Ipirá. Rachou o grupo dos macacos.

O líder Antônio Colonnezi, não sendo o prefeito, deixou de ser o dono do baralho e tem mais: não tem contato de amizade pessoal com o senador Otto e com o seu filho deputado federal; não é visto como representante pelo PT estadual. Assim sendo, perdeu gordura, perdeu estatura e declinou o status de liderança. Uma coisa é certa e comprovada: não é mais o dono do baralho.

Apressado come cru. A pressa da federação em aderir e adentrar na boquinha ou na toca do macaco ficou bem próxima do delírio que significa começar uma campanha para prefeito de Ipirá um ano antes do pleito. Loucura total! Tanto que tá tudo paralisado.

A federação exigiu as cartas (vice, secretarias, etc) que achava que tinha direito e foi perguntar depois à figuraça que dá as cartas. Quem dá as cartas pela macacada?

O líder Antônio Colonnezi? Não. O prefeito? Calado estava, calado ficou. Quem deu as cartas foi o ex-prefeito Dió, o grande chefe e líder maior da macacada neste momento de arrumação.

Exigiu calma: “vamos com calma!”. A desculpa foi clássica e a saída foi monumental: “é muito cedo para se decidir as coisas, tem muitas forças para chegarem e são, também, merecedoras do que vocês exigem.” Grande paulada na ganância dos federados!

O entendimento é bem simples: o PT local já estava dentro do surrão, quem chegou não deixou a ‘farinha pela rasura’. Somando pouco, não são merecedores de abocanhar a gordura desejada no entendimento do novo chefão da macacada, o antigo jacu ex-prefeito Dió. Feliz Natal e um próspero Ano Novo para todos vocês. Sem dúvida, será!

O baralho come solto é na fábrica de calçados. Depois de muita conversa-mole nos trâmites processuais, foi dada como finalizada a recuperação judicial da fábrica de calçados que atua em Ipirá.

Uma dividazinha anotada em papel pardo de botequim, uma bagatela de R$ 638,5 milhões. Vendeu uma porção de lojas do setor varejista a um grupo paulista. Fez um simples pagamento de R$ 7,37 milhões aos credores e a justiça liberou o baralho.

Por conta de quem? Quem dá as cartas? Não dá para imaginar que tudo está salvo e resolvido. Seria ingenuidade acreditar que essa empresa vai voltar a ser o que foi um dia, de um dia para outro.

Vai voltar a atuar no mercado com dificuldades. Qual é o banco que vai fazer aporte de capital para tocar o baralho adiante? Não vou longe, pergunte qual é o agiota de Ipirá que quer emprestar dinheiro a essa fábrica?

Esse é o grande problema. Não tem crédito com os fornecedores, nem com o sistema financeiro. Deixou seu trabalhador numa situação difícil, ao botar em suas mãos uma carta marcada do baralho, que lasca o trabalhador, uma situação conhecida por ‘lay off’, que prevê a suspensão temporária do contrato de trabalho ou a redução da remuneração e da jornada de trabalho. Imagine uma carta dessa!

No baralho da fábrica está carregado de atraso de salário, atraso no recolhimento do FGTS, demissão de empregados sem o pagamento dos valores rescisórios. A carta de paus só quebra nas costas do trabalhador.

No Ceará, o governo firmou um Termo de Compromisso com a fábrica, com a antecipação de créditos no valor de R$ 23 milhões em duas parcelas. Em contrapartida a garantia do funcionamento por 31 meses. Um baralho que joga o jogo para debaixo do tapete.

Na Bahia, o governo fica dizendo que tem quatro empresas interessadas em se instalar na cidade. Mas, não bota as cartas na mesa. É jogo de carta marcada e viciada, que não sai do baralho fechado,

A conversa é simples: você que é operário da fábrica, o que você está produzindo no seu dia de trabalho? Mais do que antes? Quase nada? Desconfie! Dá para cobrir os custos fixos da produção? Se não dá, nem fazendo pacto com o diabo vai salvar essa fábrica da falência.

E o problema que os trabalhadores da fábrica têm é com essa fábrica e não com uma provável que vai chegar, que ninguém pode garantir que vem. A carta que interessa é uma ação que vise assegurar os recursos para o pagamento das rescisões e de dívidas com os trabalhadores da fábrica. É tudo muito difícil, até mesmo desejar um Feliz Natal e próspero Ano Novo nestas condições.

O baralho continua. A carta que martiriza o município de Ipirá é a famigerada seca. Uma estiagem prolongada que torna a vida do catingueiro difícil e tormentosa.

Não tem jeito, mostramos a nossa cara. Estamos no nosso mais antigo e secular jogo de baralho. O produtor rural mostra as suas agruras. Para socorrer seu rebanho de forma precária, utiliza-se dos poucos recursos e da própria aposentadoria, de maneira que, empurra sua família para uma insegurança alimentar indesejável. É a roda viva do nosso município.

Morre o bicho fica o dono, sem bicho! Sem produção cai a renda. Sem renda fica a necessidade. Sem produção, sem renda, sem indústria e com necessidade, a prefeitura fomenta a indústria do carro-pipa. Em novembro foram R$ 357 mil reais nesse serviço. Vou desejar um Feliz Natal para os empresários da prefeitura e, naturalmente, um próspero Ano Novo, que não faltará.

A grama do jardim do Puxa está seca de dá dó. Não tem molhação que dê jeito. Numa seca ‘braba’, com precariedade e falta de água, vai ficar jogando água fora? Como fica o morto desse jogo de buraco? Com jacu e macaco é esse o baralho que o povo mistura.

Observe a embrulhada da cidade de Ipirá. Com seca e estiagem, sem fábrica e sem renda. Qual é a proposta do jacu e do macaco para este município?

Justamente numa fase de expansão provocada pela iniciativa privada, com a descentralização comercial do centro da cidade, seu ponto de movimento mais antigo. O comercio de Ipirá está se abrindo para outras áreas da cidade.

O Centro de Abastecimento é o mais recente. Com o atacadão que vão fazer em frente à fábrica essa área poderá adquirir volume de movimentação considerável. O que a prefeitura vai fazer com o Parque de Exposição para movimentá-lo cotidianamente? Essa área é a carta da vez.

Outra área que poderá ganhar um movimento acentuado na nossa cidade e ter um grande destaque será o setor em que ficará localizada a UNEF – Campus Ipirá – BA, com 49 cursos de nível superior. O que a prefeitura vai fazer para melhorar essa área?

Ia esquecendo: Feliz Natal aos jogadores de baralho desta terra muito próspera para poucos, em tempo de crise.

Escrito por Agildo Barreto

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