O hacker Walter Delgatti Neto chegou a Brasília no início da tarde desta quarta-feira (16) para prestar depoimento à Polícia Federal.

O compromisso foi marcado para as 13h, segundo informou o blog da Andréia Sadi. Delgatti só chegou ao edifício-sede da PF, no entanto, por volta das 13h10.


O hacker foi preso no início de agosto em Araraquara, no interior de SP, e foi transferido para a capital federal nesta quarta. Por estratégia de defesa, Delgatti deve ficar calado no depoimento.

Conhecido como “hacker da Vaza Jato”, Delgatti voltou a entrar na mira da PF em janeiro deste ano pela invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça para a inclusão de um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

No ofício, havia inclusive a frase “faz o L” – um dos slogans da campanha eleitoral mais recente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na ocasião, ele disse que o falso documento foi redigido pela deputada Carla Zambelli (PL-SP).

A PF também cumpriu mandados de busca e apreensão contra a deputada federal Carla Zambelli no apartamento e no gabinete dela durante a operação que prendeu Delgatti.

A operação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que também determinou apreender o passaporte da parlamentar e dinheiro e bens acima de R$ 10 mil.

Antes da prisão, Delgatti fez declarações à PF sobre Zambelli

A prisão do hacker e a busca contra Zambelli acontecem depois do depoimento que Delgatti deu à PF em junho, revelado pelo blog da Andréia Sadi. Entre as declarações, estão:

  • Que ele encontrou com Zambelli em setembro de 2022, às vésperas da eleição, em um posto de gasolina e que ela pediu que ele invadisse a urna eletrônica ou qualquer sistema da Justiça brasileira. Segundo ele, a intenção dela era mostrar a fragilidade dos sistemas;
  • Que ele chegou a tentar invadir a urna, mas que o código fonte não estava conectado a um computador em rede e, por isso, não conseguiu;
  • Que ele retornou à Zambelli que não tinha tido sucesso e que ela pediu que ele invadisse o celular e e-mail do ministro Alexandre de Moraes para tentar conversas comprometedoras. Ele disse que já tinha acessado o e-mail de Moraes em 2019 e não havia encontrado nada;
  • Que conseguiu ter acesso foi o do CNJ e que foi ele quem deu a ideia de emitir um mandado de prisão em desfavor de Moraes, como sendo emitido por ele mesmo. Disse à PF que ao contar isso à Zambelli, ela enviou a ele um texto para publicar, mas que o português estava ruim. Que após fazer os ajustes, emitiu o mandado incluindo o bloqueio de bens no mesmo montante da multa aplicada ao PL.
  • Que foi levado por Zambelli para um encontro com Bolsonaro no Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República, em agosto de 2022.

Fonte: G1 Bahia

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