Uma jovem de 17 anos está internada na Santa Casa de Santos, no litoral de São Paulo, por conta de sangramentos no nariz, boca e ouvidos. Ao g1, a mãe da paciente relata a ansiedade por um diagnóstico e diz que a família “não tem mais vida” por conta do problema, que teria começado em 2019.

A adolescente foi internada na unidade de saúde na quarta-feira (8). Segundo a mãe, a diarista Maria Ocilene Soares, dores no peito ou na cabeça antecedem os sangramentos. A mulher ressalta que as ocorrências não respeitam uma lógica, uma vez que intervalos de até três meses foram identificados pela família entre um sangramento e outro.


Ainda de acordo com Maria Ocilene, a família se mobilizou desde os primeiros sangramentos, que começaram em abril de 2019. Contudo, mesmo após diversas visitas a outras unidades de saúde, segundo a mãe, nenhum diagnóstico foi dado.

A reportagem solicitou documentos que apontassem tais passagens clínicas, mas a mulher alegou que não os possui, uma vez que eram feitos por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) e a liberação [da filha] acontecia em poucos dias.

Há o registro, porém, de outra internação na Santa Casa de Santos, que aconteceu entre 20 de maio e 3 de abril.

A família

Maria Ocilene acrescenta que o problema não diagnosticado da filha influencia em sua vida e na de seu outro filho. Segundo ela, ambos precisam ficar em casa cuidando da jovem, pois não é possível saber quando uma dor será sentida ou um sangramento acontecerá.

“A única coisa que eu quero é que eles [os profissionais da saúde] não parem de investigar e descubram o que a minha filha tem para podermos fazer um tratamento. Não temos mais vida. Não podemos sair, pois, se dermos uma volta, pode começar a sangrar do nada.”

Sangramentos mais comuns

g1 também conversou com o médico otorrinolaringologista Luiz Laércio Pinheiro Barbosa, que explicou quais são os tipos de sangramentos mais comuns no nariz, boca e ouvidos – embora ressalte que não estão necessariamente ligados ao caso da jovem.

  • Nariz

“O sangramento mais comum é a epistaxe anterior, que também é considerado um traumatismo, [pelo contato com o] ar seco. É mais comum em crianças pela fragilidade dos vasos localizados na região anterior do septo”, explica.

Barbosa destaca que a umidade do ar também pode causar o mesmo em idosos, que também podem sofrer com crises hipertensivas. O médico aponta ainda que, em casos mais raros, existe a possibilidade do sangramento gerado por um tumor localizado na parte nasal.

  • Boca (garganta)

“Os sangramentos mais comuns são os gengivais, como quando você acorda com sangue na boca. Normalmente veio da gengiva, seja por uma gengivite ou periodontite [infecção bacteriana]”, comenta.

Ele também aponta o traumatismo da gengiva, seja por uma escovação ou até pela alimentação com uma comida considerada “dura”. Barbosa cita ainda o traumatismo causado pela tentativa de retirada de algo na garganta.

“O sangramento próprio da garganta por infecção é mais difícil. O sangue que vai para ela pode ter vindo do nariz, esôfago ou traqueia. Não são próprios da garganta, mas acabam aparecendo naquela região”, aponta.

  • Ouvidos

Ainda de acordo com o médico, infecções ou traumatismos são os causadores dos sangramentos mais comuns nos ouvidos. Este último, inclusive, pode ser gerado pela própria pessoa, com uma haste de algodão na ponta, por exemplo.

Barbosa também ressalta a possibilidade de sangramento por variação brusca de pressão durante um mergulho ou viagem de avião.

O que diz a Santa Casa de Santos (SP)

Em nota, a unidade de saúde informa que a adolescente está internada desde quarta-feira (8) e que realiza todos os exames no local, além de receber “toda assistência multiprofissional necessária”. A Santa Casa de Santos aponta ainda que a equipe médica já “prestou todas as orientações sobre a situação da paciente à família”.

Fonte: G1

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