A China deu o aval para que pesquisadores iniciem testes de uma vacina experimental contra o coronavírus em humanos. De acordo com o jornal oficial do Partido Comunista chinês, o Diário do Povo, cientistas da Academia de Ciências Médicas Militares da China, ligada ao exército, receberam a aprovação para iniciar os ensaios clínicos em estágio inicial da vacina a partir desta semana. As informações são do portal G1.
Enquanto isso, cientistas norte-americanos realizaram o primeiro teste da vacina contra o coronavírus em humanos na segunda-feira (16). Voluntários de Seattle começaram a ser imunizados, segundo autoridades de saúde dos Estados Unidos. O Estado de Washington, onde fica Seattle, é um dos mais afetados pela Covid-19 no país. Por meio de comunicado, o Instituto Nacional de Saúde dos EUA (NIH) informou que o teste faz parte de um estudo que vai acompanhar 45 voluntários adultos saudáveis, com idades entre 18 e 55 anos, e deve durar ao menos seis semanas.
Segundo a agência France Presse, todo o processo de criação da vacina deve durar entre um ano a 18 meses, pois serão necessários mais testes. Neste momento, os pesquisadores querem saber qual o impacto de diferentes doses administradas por injeção e quais os efeitos colaterais.
No Japão
Um medicamento antiviral japonês tem se mostrado eficaz no tratamento de pacientes com coronavírus. Também conhecido como Avigan, o Favipiravir foi aprovado para uso no Japão em 2014 e atua contra uma variedade de doenças, incluindo cepas de influenza, febre amarela, Ebola e febre aftosa.
O medicamento mostrou resultados positivos no tratamento de pacientes com Covid-19 em ensaios clínicos envolvendo 320 pessoas. Os 35 pacientes que receberam o medicamento em Shenzhen pareciam ter resultado negativo para coronavírus em uma média de quatro dias,
em comparação com 11 dias nos 45 que não o receberam. As radiografias também mostraram melhora das condições pulmonares em 91% dos pacientes que receberam o medicamento, em comparação com 62% daqueles que não o receberam.
Atualmente, não existem vacinas ou tratamentos aprovados para a Covid-19, que infectou mais de 175 mil pessoas em todo o mundo desde que surgiu na cidade chinesa de Wuham, no final de dezembro.
Corrida por uma solução
Um outro tratamento antiviral chamado Remdesivir, desenvolvido pela American Gilead Sciences, já está nos estágios finais de testes clínicos na Ásia. Médicos na China relataram que ele demonstrou ser positivo no combate à doença, mas apenas testes aleatórios permitiriam saber se é realmente eficaz ou se os pacientes se recuperariam sem ele.
Outra empresa americana, a Inovio, que está criando uma vacina baseada em DNA, comunicou que iniciará testes clínicos no próximo mês.