Jair Bolsonaro (sem partido) disse ter vontade de agredir um repórter do jornal O Globo após ser questionado sobre os depósitos feitos pelo ex-policial militar Fabrício Queiroz na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro.
O fato, ocorrido durante uma visita de cinco ministros a ambulantes da Catedral de Brasília neste domingo (23) foi presenciado por diversos repórteres.
De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, o jornalista questionou o presidente sobre os motivos para o ex-assessor do seu filho Flávio Bolsonaro (Republicanos) ter repassado R$ 89 mil para a conta de Michele.
O presidente rebateu a questão citando supostos repasses mensais feitos pelo doleiro Dario Messer à família Marinho, proprietária da Rede Globo. Messer disse que realizou repasses de dólares em espécie aos Marinhos em várias ocasiões a partir dos anos 1990. A família nega qualquer irregularidade.
Com a resposta evasiva e a insistência do repórter sobre os pagamentos à primeira-dama, Bolsonaro, sem olhar diretamente para o repórter, afirmou: “A vontade é encher tua boca com uma porrada, tá?”
Fabrício Queiroz teve o sigilo bancário quebrado o que revelou novos repasses à primeira-dama Michelle Bolsonaro.
De acordo com a revista Crusoé, os extratos colocam em dúvida a justificativa sobre empréstimos apresentada até aqui pelo presidente. Entre as transações de Queiroz, até o momento se sabia de repasses que somavam R$ 24 mil para a mulher do presidente.
Desde então, Bolsonaro não havia se manifestado sobre o assunto.
ANTECEDENTE
Em entrevistas ainda 2018, após a divulgação do caso Queiroz, o presidente disse que o ex-assessor repassou a Michelle dez cheques de R$ 4.000 para quitar uma dívida de R$ 40 mil que tinha com ele (essa dívida não foi declarada no Imposto de Renda).
A apuração mostrou que os repasses foram ainda maiores. Queiroz depositou 21 cheques na conta de Michelle de 2011 a 2016, no total de R$ 72 mil.
De outubro de 2011 a abril de 2013, o ex-assessor repassou R$ 36 mil à primeira-dama, em 12 cheques de R$ 3.000. Depois, de abril a dezembro de 2016, Queiroz depositou mais R$ 36 mil em nove cheques de R$ 4.000.