O Conselho Regional de Medicina do Estado de Pernambuco (Cremepe) irá investigar o médico responsável por ter realizado um procedimento de “harmonização no bumbum” de Adriana Barros Lima, de 46 anos, que foi encontrada morta horas depois em casa.
Segundo familiares, ela se queixou de dores intensas após ser liberada pela clínica Bodyplastia, onde fez o procedimento. Nas redes sociais o médico afirma utilizar polimetilmetacrilato nos procedimentos, substância que é conhecida como PMMA, alegando que não é perigosa desde que seja realizada por profissionais capacitados e em locais aprovados pela vigilância sanitária e com produtos autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Porém, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) é contra o uso do produto, tendo recomendado em novembro de 2024 que a Anvisa banisse a substância pelo que considerou uma “enorme preocupação com a saúde da população”.
Segundo o conselho, o médico que fez o procedimento se chama Marcelo Vasconcelos e não tem inscrição ativa no conselho do estado, além de que a clínica onde atua o profissional não possui a estrutura adequada para realizar as intervenções como a que foi realizada na vítima.
O Cremepe enviou uma nota à TV Globo, onde se pronunciou sobre o assunto. Foi então determinado que o Conselho de Medicina irá abrir uma investigação por iniciativa própria e realizou uma fiscalização emergencial na clínica, localizada num bairro da Zona Sul do Recife. Confira trecho.
“Durante a vistoria, foi constatado que o médico responsável pelo atendimento não possui registro regular junto a este Conselho Regional e que o ambiente em que o procedimento foi realizado não é adequado para a realização desse tipo de intervenção, o que o torna incompatível com os requisitos de segurança exigidos pelo Conselho Federal de Medicina (CFM)”, informou.
Marcelo Vasconcelos foi procurado pelo portal G1 e informou que já foi protocolada a documentação necessária para o registro e aguarda a liberação do Cremepe desde outubro de 2024. Além disso, ele também negou qualquer irregularidade na clínica.
“Eu estou sabendo da visita do Cremepe lá na clínica, porém a clínica está completamente habilitada. Tem as licenças necessárias, tem o carrinho de parada [cardíaca], tudo o que é necessário para a realização de um procedimento minimamente invasivo como o procedimento que foi realizado na paciente”, disse.
O médico também informou que possui o a inscrição no Conselho Regional de Medicina de Pernambuco, possuindo inscrição ativa também em outros três estados. O principal registro é no Rio de Janeiro. A defesa do médico afirma que “a paciente foi vitimada por uma fatalidade, que nada tem a ver com qualquer falha do profissional”.
Fonte: Bnews