O deputado estadual Soldado Prico (PSC), da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), acusou, nesta segunda-feira (29/3), a Polícia Militar da Bahia (PMBA) de ter assassinado o soldado Wesley Soares Góes e defendeu uma investigação “independente” do episódio.
O policial morreu após invadir, nesse domingo (28/3), o gramado em frente ao Farol da Barra, em Salvador (BA), e disparar pelo menos uma dezena de tiros para o alto e contra os colegas que negociavam para desarmá-lo. Góes foi então baleado por companheiros da PMBA. Socorrido e levado ao hospital, não resistiu e morreu na noite de domingo.
Com o rosto pintado de verde e amarelo, o agente compareceu ao local de trabalho na manhã de domingo, pegou o fuzil e sumiu, até ser reconhecido rompendo as barreiras que isolavam o ponto turístico da capital.
Ele teria apresentado um surto psicótico, segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSPBA). Em vídeos publicados nas redes sociais, o policial grita palavras de protesto, fala em desonra e violação da dignidade dos policiais.
“Se fosse um marginal não fariam o que fizeram com o Wesley”, disse o deputado estadual, em conversa com policiais no Farol da Barra, nesta manhã.
Prisco também esteve à frente da paralisação da categoria em 2014. Na época, a então presidente Dilma Rousseff (PT) assinou decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), autorizando o emprego das Forças Armadas na segurança.
Em entrevista à rádio Brado, Soldado Prisco afirmou estar vivendo sentimentos de “revolta, humilhação e indignação”.
“Presenciei aqui ontem uma execução, um assassinato covarde, brutal, sem necessidade nenhuma, de um policial que amava a polícia, que aqui ele bradava e gritava que amava a polícia”, disse o parlamentar baiano.
“A ficha dele fala que ele tem uma conduta ilibada, uma conduta só de elogios. Veio aqui simplesmente para se manifestar, para ser ouvido. […] Os policiais estão cansados”, prosseguiu Soldado Prisco.
O deputado também disparou críticas contra o comandante-geral da Polícia Militar na Bahia, coronel Paulo Coutinho, que descartou realização de uma greve da corporação e afirmou que movimento nesse sentido é de “segmento que não representa a instituição”.
Apesar de ter dito, nesse domingo, que “a hora de parar é agora. Eu convoco vocês, estou pedindo pelo amor de Deus”, após a morte do PM da Bahia, Prisco negou que haverá paralisação.
“Quem não representa o policial militar hoje é o comandante geral da PM. Se o governador do estado ainda insistir e mantiver esse cidadão como comandante, infelizmente a Polícia Militar da Bahia vai viver dias tristes, e a população vai sofrer muito com isso”, disse.
“Vamos iniciar uma perícia independente, pois não acreditamos na investigação da Polícia Militar. Quem deveria estar investigando isso era o Departamento de Homicídios, pois aqui houve um homicídio, um policial foi assassinado. Quem atirou, quem matou, que seja responsabilizado”, prosseguiu.
Ele disse também que os policiais estão sendo “massacrados, humilhados e oprimidos por um governo ditador”. “Estão obrigando os policiais a ir para a rua”, afirmou.
Fonte: Metropoles
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