A campanha do ex-presidente Lula (PT) passará a atacar Jair Bolsonaro (PL) na televisão.
Apesar da estabilidade mostrada nas pesquisas eleitorais, que mantêm Lula à frente por larga vantagem de votos sobre o atual presidente (43% a 35%, segundo pesquisa Ipespe divulgada nesta quarta, 31), índices ligados à melhora da avaliação do governo e da economia acenderam o sinal de alerta na campanha do petista.
A explicação é simples: mais satisfeitos com a economia, uma parcela maior de eleitores que hoje rejeita Bolsonaro poderia reconsiderar, até o dia da eleição (2 de outubro), a decisão de afastá-lo do poder. O rechaço a Bolsonaro já vinha cedendo paulatinamente, mas ganhou fôlego neste mês.
Em junho, 59% diziam que não votariam nele “de jeito nenhum”, segundo o Ipespe. Em julho, 58% responderam da mesma forma. Neste mês, a rejeição já baixou para 55%.
Há três meses, 50% consideravam o governo do presidente ruim ou péssimo, índice que caiu para 49% em julho e para 46% na pesquisa divulgada nesta quarta.
Já o índice dos que consideram o governo “bom ou ótimo” passou de 31% para 32% no mês passado, e agora subiu três pontos, ficando em 35%.
A desaprovação do governo, por sua vez, caiu de 60% em junho para 57% neste mês, e a aprovação subiu de 35% para 39%.
A melhora vinha sendo lenta, e ainda não se reverteu em aumento do percentual geral de votos em Bolsonaro. Mas a aceleração dos índices positivos na percepção da situação econômica passou a preocupar o PT. E a ordem agora é aumentar o tom para que a rejeição a Bolsonaro não caia a níveis que permitam uma virada na eleição.
O governo abriu um saco de “bondades” em plena corrida eleitoral. Aumentou o valor do Auxílio Brasil para R$ 600 e começou a pagar benefícios também para taxistas e caminhoneiros. O preço dos combustíveis, que afeta mais diretamente a classe média, caiu.
O próprio Lula já de sinais de uma mudança na estratégia ao atacar Bolsonaro em entrevista concedida nesta quarta à rádio Clube, de Belém (PA).
Ao ser questionado sobre corrupção, ele afirmou que o país tem “um presidente que sequer exigiu a investigação do [Fabrício] Queiroz, que sequer exigiu a investigação de seus filhos, que sequer investigou as denúncias contra [o ex-ministro Eduardo] Pazuello. Nós temos um presidente que não apenas coloca a sujeira embaixo do tapete como transforma em sigilo de 100 anos tudo e qualquer denúncia contra eles”.
Fonte: Bahia Notícias