Nesta terça-feira (18), o ex-presidente Lula (PT) concedeu entrevista ao Flow Podcast, programa do qual também participaram Jair Bolsonaro, do PL, candidato à reeleição, e no primeiro turno Simone Tebet, do MDB, e Ciro Gomes, do PDT. A participação de Lula, porém, bateu um recorde no YouTube: mais de um milhão de espectadores assistiram ao programa.
Lula tocou em um ponto que vem sendo explorado por seus adversários na campanha. Ao contrário da acusação que seguidamente lhe é feita, o candidato do PT afirmou na entrevista que não pretende tentar legalizar o aborto no Brasil, e que pessoalmente é contra a prática.
Lula já havia se manifestado antes sobre seu entendimento de que a legalização ou proibição do aborto deve se dar mediante discussão do Legislativo, e não do Executivo, posição reforçada na entrevista. Desta vez, porém, reforçou sua opinião pessoal ao se queixar sobre a circulação de campanhas de fake news atribuindo-lhe pautas que não defende. Pessoalmente, Lula afirmou que é “contra o aborto, porque o aborto não é bom nem pro pai, nem pra mãe e nem pra ninguém”.
O ex-presidente também foi questionado sobre a legalização das drogas. Desta vez, não expressou seu posicionamento, mas reforçou seu entendimento de que a discussão não cabe ao executivo. Procurou desfazer também a ideia de que, caso eleito, iria tornar unissex os banheiros das escolas. “Eu sou avô, pai de família”, afirmou.
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Regulação da mídia
O candidato do PT comentou também sobre a pauta da regulação da mídia, antiga bandeira defendida pelo PT. Lula afirmou que não pretende minar veículos de oposição, mas sim criar uma nova regulação elaborada em conjunto com a sociedade, espelhando-se em países do hemisfério norte nesse processo no sentido de atualizar uma legislação que é dos anos 1960 e nunca mudou. “Eu não quero uma regulação de mídia de Cuba”, afirmou citando o país comunista. “Mas da Inglaterra ou dos Estados Unidos. Uma mídia que só fala o que o governo quer é muito chata”.
Lula foi o último presidenciável a comparecer no Flow, onde os convidados são chamados para longas entrevistas em tom informal. Sua entrevista foi também a de maior audiência: com menos de uma hora de programa, exibido no YouTube, o encontro atingiu mais de um milhão de espectadores. Até então, a maior marca era de Jair Bolsonaro, que participou em agosto e alcançou 550 mil usuários.
Fonte: Congresso em foco