O dólar comercial subiu em relação ao real nesta quarta-feira, 27, e renovou a maior cotação da história. A moeda americana valorizou 0,4%, alcançando o valor de 4,26 reais para a venda. O recorde anterior era de terça-feira, quando bateu nos 4,24 reais. A declaração do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que não estava preocupado com a alta e que “é bom se acostumar com o câmbio mais alto e juro mais baixo por um bom tempo”, os investidores ficaram atentos nesta quarta-feira com a atuação do Banco Central.
Para enfrentar o cenário de disparada, o Banco Central promoveu na terça-feira, 26, dois leilões extraordinários, e seu presidente, Roberto Campos Neto, afirmou que a autarquia poderia repetir as intervenções cambiais neste pregão em caso de falta de liquidez. Em evento promovido pelo jornal Correio Braziliense, Campos Neto reforçou que o câmbio é flutuante e o BC age apenas em caso de problemas de liquidez ou para atenuar movimentos que estão fora do padrão normal.
O diretor de Política Monetária e Política Econômica do Banco Central, Bruno Fernandes, reiterou nesta quarta-feira que a instituição não atua no mercado de câmbio para perseguir um nível específico, mas, sim, para prover liquidez quando há “mau funcionamento” no mercado.
“É o nosso dever. O BC entende que fez isso em agosto, fez isso com os dois leilões de ontem, foi uma dinâmica parecida, no pior novembro em muitos anos, com o mercado especulando em cima de highlights, declarações, sem fundamento. Então, o BC achou bem por bem intervir, olhando o mau funcionamento, não o nível de câmbio”, explicou Fernandes, participante de seminário da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento e Mercado de Capitais (Apimec) em São Paulo.
Fonte: Veja