Na sessão desta terça-feira (26) na Câmara de Vereadores de Ipirá, um importante pedido de abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que visava investigar diversas irregularidades no transporte escolar foi arquivado, com sete vereadores se posicionando contra e seis a favor. Para que a CPI fosse instaurada, era necessária maioria simples, oito votos dos 15 possíveis.

Votaram a favor da abertura da CPI os vereadores André da Saúde, Divanilson Mascarenhas, Suíta, Mundinho de Nova Brasília, Luma e Laelson Neves.


Por outro lado, os vereadores Nielson, Weima Fraga, Deteval Brandão, Benedito do Leite, Heckel, Raimundo Simas e Arnor votaram contra a instauração da investigação, todos da base do prefeito. O presidente da Casa, vereador Jaildo, se absteve da votação, enquanto o vereador Miranda estava ausente.

O parecer da Comissão de Justiça e Redação foi pelo arquivamento da CPI. O vereador Deteval Brandão, presidente da Comissão, justificou que o caso já está sendo investigado por outras instâncias, citando um inquérito policial em andamento e notificações do Ministério Público a órgãos responsáveis pelo transporte escolar do município. Brandão argumentou que, diante desses avanços, uma CPI seria desnecessária para debater um assunto já em análise pelo Ministério Público.

Após o arquivamento do pedido, os vereadores que apoiaram a abertura da CPI expressaram seu descontentamento com a decisão.

A vereadora Luma lamentou o ocorrido, destacando a importância do trabalho legislativo para o município e reiterando seu compromisso em fiscalizar o transporte escolar, mesmo diante das dificuldades impostas. “Eu me sinto angustiada. Um trabalho importante para o nosso município foi impedido por alguns colegas. Lembrando que respeito cada um de vocês e a maneira com que escolheram votar. Quero dizer que minha cabeça está tranquila e continuarei fiscalizando cada transporte escolar, mesmo sabendo que vão me colocar contra esses donos de transporte”.

Já o vereador Divanilson Mascarenhas enfatizou que a responsabilidade da câmara foi transferida para outros órgãos, lamentando a falta de exercício do papel legislativo e destacando que a população está atenta aos posicionamentos dos vereadores. “Eu gostaria de lamentar esse acontecimento aqui hoje. Deixamos de exercer o papel do legislativo e passamos para outros órgãos. A câmara de vereadores tem atribuição legal [de fiscalizar] dado pelo povo. É o povo que paga nosso salário. Respeito posição de cada um, mas a sociedade está vendo quem votou a favor de criar CPI”.

Caso Yasmim

Nesta quarta-feira (27) completa um mês do acidente que vitimou uma criança, de cinco anos, em Ipirá, na Bacia do Jacuípe. Yasmim dos Santos Oliveira estava em uma veraneio, de fabricação de 1976, quando uma porta se abriu e ela caiu na estrada. A criança ainda foi levada para uma unidade de saúde, mas não resistiu.

Após a tragédia, um grupo formado por seis vereadores protocolou um pedido de CPI na Câmara Municipal de Ipirá para investigar irregularidade no transporte escolar do município.

Seguindo o requerimento, arquivado nesta terça-feira (26), a finalidade é investigar as ações e omissões da Prefeitura Municipal de Ipirá na gestão do transporte escolar nos anos de 2021 a 2024.

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