Um vídeo antigo do ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a circular nas redes sociais nesta semana. Nas imagens, Bolsonaro afirma que pessoas presas “não têm direito a direito” e defende que presídios brasileiros não devem oferecer condições de conforto aos detentos. A gravação reapareceu em meio às reclamações da família sobre as condições da cela onde ele cumpre pena, apesar de o ambiente contar com ar-condicionado, TV e frigobar.
No registro, Bolsonaro diz que “o direito que [o preso] tem é não ter direito” e que o objetivo das cadeias é “tirar o carnal da sociedade, tirar o estuprador, o ladrão, o sequestrador”. Ele destaca que presídio “não é colônia de férias” e afirma que a forma de evitar a prisão seria “não roubar, não sequestrar e não matar”.
Durante o discurso, o então político também declara que, caso tivesse autonomia para decidir investimentos, priorizaria escolas em vez de presídios. Em tom crítico ao sistema carcerário, defende a criação de unidades prisionais em regiões remotas, como “surubucu, cabeça do cachorro, iaurepê”, citando áreas isoladas da Amazônia. Ele afirma que o custo seria reduzido e que os presos “iam aprender a viver entre animais”.
As declarações reaparecem no momento em que familiares do ex-presidente afirmam que ele estaria enfrentando dificuldades no local onde está preso. Apesar da cela contar com itens como ar-condicionado, televisão e frigobar, aliados têm relatado insatisfação com o tratamento recebido.
A repercussão ocorre enquanto o vídeo ressurge como contraponto às queixas atuais, destacando o contraste entre o discurso de Bolsonaro à época e a situação enfrentada por ele oito anos depois.




