Pescadores e ribeirinhos estão insatisfeitos com a grande quantidade de baronesas embaixo das pontes que passam pelo Rio Jacuípe, na BR-116 sul, uma vez que a planta aquática está bloqueando a passagem de pequenos barcos. A proliferação das plantas ocorre devido ao alto índice de poluição das águas do manancial.
De acordo com o chefe de educação ambiental da prefeitura, João Dias, análises feitas nas águas do Rio Jacuípe, revelaram um número alarmante de bactérias eterotróficas, as quais se alimentam de matéria orgânica. Segundo ele, o Conselho Nacional de Meio Ambiente estabelece que para cada 1 litro de água até 500 bactérias, no caso do rio há a presença de cinco mil deste tipo.
“A poluição do Rio Jacuípe é um problema sério. Nós tínhamos dois canais, agora temos vários. Precisamos de investimento maciço dos governos estadual e municipal, porque o problema não pode continuar como está. Nós não podemos consumir água mineral todos os dias, porque o pH dela é baixo e temos que consumir água dos rios, das lagoas e das nascentes, e precisamos conter o despejo de esgoto no Rio Jacuípe”, alertou João Dias.
Ele destacou que mesmo que as baronesas sejam removidas, o problema pode voltar a acontecer, caso a poluição não seja resolvida.
“Nós vimos e convivemos com essa situação na Fazenda Amarela, no município de Antônio Cardoso, na Fazenda Santa Luzia, em Feira de Santana. E na ponte, quando estive lá no último domingo, as pessoas ribeirinhas e os pescadores estavam muito chateadas com a Viabahia, por conta da construção da segunda ponte, visto que as baronesas ficaram presas entre os dois pilares”, afirmou.
João Dias explicou ainda que a baronesa é uma macrófita aquática, também conhecida como aguapé, que existe em todos os mananciais do Brasil e em alguns lugares do mundo. Em um ambiente aquático com vida saudável é comum sua presença, porém ela é controlada.
“O próprio ecossistema, a biodiversidade controla a baronesa, só que no caso do Rio Jacuípe, há um desequilíbrio provocado pela contaminação de esgoto in natura, ou seja, sem tratamento. São dez riachos jogando esgoto dentro do rio: o riacho do Campo do Gado, da Alvorada, das Panelas, na Gabriela, dois riachos do Jardim Cruzeiro, do bairro Nova Esperança, da Barroquinha, Queimadinha e Rua Nova, que é o canal, do Fato, na Chácara São Cosme, e um do Feira X. Todos esses riachos são jogados no rio sem tratamento”, salientou.
Esse desequilíbrio, conforme o chefe de educação ambiental, é que provoca a proliferação das baronesas, que têm por missão inicialmente despoluir os rios, mas podem se propagar demais gerando transtornos a quem necessita deles.
Com informações e fotos do repórter Ney Silva do Acorda Cidade.