ECONOMIA

Conta de luz fica mais cara a partir de hoje; entenda

Depois de mais de dois anos de alívio na conta de luz, a tarifa de energia elétrica voltará a ter sobretaxa a partir desta segunda-feira. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) determinou, na última sexta-feira, a volta da sobretaxa da bandeira amarela.

A cobrança é introduzida sempre que há mais acionamento das usinas termelétricas, que têm custo maior do que as hidrelétricas. E reflete a previsão de chuvas

Com isso, haverá uma cobrança extra de R$ 1,885 a cada 100 kW/h de consumo de energia. Esse valor é um pouco menor do que era praticado antes – em março, a Aneel reduziu essa sobretaxa em 37%.

A medida, que já estava no radar de economistas, é mais uma fonte de pressão sobre a inflação deste ano. Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Investimentos, estima que uma cobrança acional na conta de luz pode levar o IPCA a fechar em 4,2% este ano, contra uma previsão anterior de 4%.

A última vez em que houve cobrança extra na conta de luz foi em abril de 2022 – foram 26 meses de bandeira verde, sem valores extra.

Chuvas abaixo da média

A Aneel citou a “previsão de chuvas abaixo da média até o final do ano” para justificar a adoção da bandeira amarela. Segundo a agência reguladora, apesar das enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul, no país como um todo, as chuvas poderão ficar 50% abaixo da média histórica.

“Esse cenário de escassez de chuvas, somado ao inverno com temperaturas superiores à média histórica do período, faz com que as termelétricas, com energia mais cara que hidrelétricas, passem a operar mais”, diz uma nota divulgada pela Aneel.

A Aneel introduziu o sistema de bandeiras tarifárias em 2015 – a verde não tem qualquer taxa extra, a amarela tem uma taxa intermediária e a vermelha, a cobrança mais elevada. O objetivo é repassar, de forma mais rápida, as variações do custo de geração. Além disso, segundo a agência, o sistema sinaliza aos consumidores esse preço de geração, induzindo que as famílias procurem economizar o uso da eletricidade nos momentos de custo mais elevado.

© O Globo

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