Duas fazendas no Vale do Jiquiriçá foram ocupadas por membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) nas últimas semanas. No dia 30, a ação ocorreu no terreno de 3 mil hectares onde funcionava a sede da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), entre os municípios de Jaguaquara e Itiruçu. Neste domingo (5), integrantes do MST entraram na Fazenda São Jorge Correia, que fica às margens da BA-250, no município de Jaguaquara. O espaço tem 200 hectares.

No local, líderes do movimento se reuniram por volta das 16h, mas não quiseram falar com a imprensa, afirmando que não estariam orientados a conceder entrevista, alegando que houve distorção de informações sobre a primeira invasão, ou ocupação, ocorrida na semana passada. Durante a reunião na cancela da fazenda, um dos representantes pediu a união dos participantes. ”Nós temos que nos unir, porque serão três anos de luta para que a gente possa garantir terras. Aqui, nós somos todos iguais, temos o mesmo direito. O Governo só trabalha sob pressão. O nosso movimento é referência para o Brasil”, disse um homem ao Blog Marcos Frahm, parceiro do Bahia Notícias.


No ato anterior, quando a fazenda da EBDA foi ocupada, o líder do movimento da região da Chapada Diamantina, Abraão Brito da Silva falou em vídeos que circularam na rede social, tendo  afirmado que o objetivo da ocupação é obter uma resposta do Governo para criação de assentamentos. ”A nossa trajetória é ocupar terras para produzir alimentos. O MST não ocupa terra que não seja improdutiva e sempre procura o diálogo”, justificou Abraão, que fez críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, o acusando de ter beneficiado empresários ligados ao agronegócio e de não dialogar com o MST no Brasil.

No mesmo território de identidade, no Vale, eles já teriam ocupado, em novembro do ano passado, a Fazenda Gentil, no município de Maracás e a Fazenda Redenção, localizada entre Planaltino e Irajuba. Na ocasião, o Movimento chegou a emitir uma nota. ”As famílias são de trabalhadoras e trabalhadores que viviam nas periferias e estão passando dificuldades. Os agricultores já se organizam para a produção de alimentos e construção dos barracos para moradia”, disse, em nota que justificava as intervenções em propriedades rurais da região em 2022.

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